terça-feira, 22 de maio de 2012

PRESERVEMOS O TETO PARA NÃO FICARMOS SEM CHÃO


Já usei esta imagem, mas acho que é pertinente
ao assunto e é justamente o que não
queremos ver acontecendo
É triste, mas nos últimos dias tenho lido, nas redes de email's das quais faço parte, sobre Pontos de Cultura que vem perdendo seus espaços, como é o caso do Ponto de Cultura GALPÃO CULTURAL de Assis, que abriga diversos grupos culturais, os quais desenvolvem diferentes linguagens artísticas, e por falta de sensibilidade do governo daquele município, no dia 10 desse mês foi realizada uma reunião de gestão que culminou no anúncio de que tão maravilhoso projeto fecharia as portas. E fechou. No dia 18 de maio foi a vez do Ponto de Cultura TEATRO GERA VIDA, VIDA GERA TEATRO, de Tupã fechar as portas, por atraso no repasse da última parcela do projeto, por parte do Governo Federal. Em um ano e meio atrás, em Itu, a FASAM (Familiares e Amigos da Saúde Mental) perdeu sua sede, tendo que passar a atuar em um espaço bem mais reduzido, o que acarretou sérios prejuízos aos então atendidos pela entidade.
Eu poderia listar mais situações semelhantes que é de nosso conhecimento, porém prefiro dar continuidade ao raciocino. Pois bem, estamos às vésperas das eleições municipais e muitos pré candidatos estão em fase de elaboração de seus planos de governo. À exemplo do Fórum Regional e Permanente de Cultura , que por sinal teve início aqui na cidade de Jales, mais precisamente no I Encontro dos Pontos de Cultura das macrorregiões Grandes Lagos e Araçatuba no ano de 2012, que desde fevereiro está discutindo os caminhos (e descaminhos) da cultura no interior do Estado de São Paulo, e no último dia 05 realizou o V Econtro dos Pontos de Cultura e Fórum Regional e Permanente de Cultura na cidade de São José do Rio Preto de onde foram tirados diversos encaminhamentos e já rendeu até encontro com parlamentares e com o Secretário de Políticas Culturais do Ministério da Cultura. Agora estamos esperando ser definida uma data para a vinda da Comissão de Educação e Cultura e da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura para o interior do Estado e ouvir nossas próprias demandas.
Mas não acredito na força maior sem a organização menor. Não adianta a região estar organizada se nós aqui no município não estivermos. Por isso nós, artistas, agentes culturais, produtores, simpatizantes da cultura, enfim, nós, o povo de Jales precisamos colocar em pauta assuntos que são se suma importância para que problemas como esses citados não venham nos assombrar (nunca mais) e para a construção de uma política pública que atenda às necessidades locais..
Postei neste espaço, há um tempo atrás, sobre a 1ª Conferência Municipal de Cultura de Jales, na qual foram tirados diversos encaminhamentos, todos extremamente importantes e necessários para a construção de fortes políticas públicas de cultura, que eu entendo ser o único caminho de fortalecermos, de maneira democrática, as ações culturais em nosso município. Na ocasião em que falei sobre esse assunto, me comprometi a postar em doses homeopáticas as diretrizes aprovadas na Conferência, porém por falta de tempo (sempre tenho uma desculpa) vou postar na sequencia todas as diretrizes aprovadas. Mas antes quero fazer uma observação: em conversa informal com o Diretor de Divisão de Cultura da SMECT, Ilson Colobmo, sobre o convênio da prefeitura com o MinC para a criação de uma rede municipal de 5 Pontos de Cultura (lembrando que hoje Jales já conta com 3 Pontos conveniados com o Estado), este manifestou preocupação em conseguir esse número de entidades que atendam as exigências do Edital, pois existem projetos, mas poucos (quase nenhum) estão devidamente institucionalizados, e esta já era nossa preocupação em 2009, ano que foi realizada a Conferência Municipal de Cultura, quando aprovamos a seguinte diretriz: "CONSTRUIR UMA POLÍTICA PÚBLICA PRA IDENTIFICAR, APOIAR, VALORIZAR E INSTITUCIONALIZAR, SE FOR O CASO, PROJETOS JÁ EXISTENTES, QUE SEJAM DE NOTÓRIO CONHECIMENTO PÚBLICO E TENHAM VALOR CULTURAL RECONHECIDO NO MUNICÍPIO".

Para melhor visualização, publicarei as diretrizes aprovadas na 1ª Conferência Municipal de Cultura em outro post.

Clayton Campos


2 comentários:

  1. Os Pontos de Cultura são projetos independentes que tem atuado em vários pontos do nosso Brasil resgatando a cidadania, criando identidade, educando, transmitindo valores, dando oportunidade para que os que nunca tiveram o direito de falar hoje possam discutir sobre a cultura que tem e a cultura que quer. Mostrando que é possível um povo com voz ativa diante da organização social do seu município, estado, país. Esses projetos brilhantes que muitas e muitas vezes são usados por candidatos ardilosos quando querem se promover e aos seus pares. "Candidatos" esses que se apossam dos agentes dos Pontos de Cultura como se fossem seus cabos eleitorais. "Candidatos" que se pudessem colocariam suas caras em cima do simbolo dos Pontos de Cultura. TRABALHO E HONESTIDADE! TRABALHO E HONESTIDADE! Essa ladainha que os "candidatos" entoam e que constitui uma massaroca de promessas que não se cumprem. Bem, sem promessas, e sem discurso exaltado os Pontos de Cultura deste Brasil fazem mais pelos seu povo do que esses "Candidatos de Bosta". Enquanto eles prometem os pontos de cultura fazem! Só os profetas enxergam o óbvio! Os fazedores de cultura deste país só representam para os "candidatos" uma coisa: Voto! E no fim das contas os ponteiros se matam para cumprir com o seu papel e os que antes eram "candidatos" e agora são "representantes eleitos" ganham mérito e fazem campanha para suas futuras pretensões políticas com as conquistas dos "Ponteiros". Esses "candidatos"é quem tem que ficar a nossa mercê e não o contrário! A única razão para alguns interesses é porque o movimento dos pontos de cultura representa uma coisa para esses candidatos: Voto!
    E a população? Será que a população sabe o bem que o cultura viva faz? Será que o povo sabe o que é o cultura viva? Creio que não! Pois se soubessem haveria um grito estrondoso dizendo ao poder público:- NÃO FECHE ESTE PONTO DE CULTURA!Ou melhor: - NINGUÉM VAI SE RESPONSABILIZAR COM A HABILITAÇÃO DESSE PROJETO QUE TANTO BEM FAZ PARA A MINHA CIDADE? Acredito que a conversa seria diferente!
    Levando em consideração a ideia de que cultura seja tudo aquilo que atribuímos valor simbólico e que tomamos por costume, como atribuir valor simbólico aquilo que não conhecemos? Acho que o maior desafio do cultura viva não é paparicar político e sim trabalhar para que a população conheça e valorize o Movimento dos Pontos de Cultura como um movimento de transformação social, de uma consciência do que é ser uma criatura política e social. Mostrando que cada um deve exercer um grau de interferência em sua realidade transformando-a de acordo com as necessidades de uma coletividade. Por hora esse é o desabafo, nada modesto dado o grande valor do trabalho de um fazedor de cultura.

    Raimundo Nonato Teixeira do Nascimento
    Artista brasileiro

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  2. Quando cheguei em Jales, fiquei assustada ao saber que o único cinema da cidade havia sido fechado. Mas triste fiquei ao constatar que muitos sequer sabiam disso. Porém, me aliviou a notícia de que o teatro ainda existia.

    A arte é a forma de expressão mais fiel da história de um povo. Os próprios índios usam de técnicas de encenação para ensinar aos seus pequenos como seus antepassados sobreviviam da caça, dos seus deuses, etc.

    Político que almeja uma boa administração, que presa pela boa educação social e quer, como todos os outros, colher os louros de sua carreira de estadista, peca sem remissão ao deixar de fomentar os projetos culturais do povo que representa.

    Como paga, representantes desse naipe merecem, no máximo, ter sua história contada numa encenação de um texto bem ao estilo Bukowski, como forma de singela gratidão. Quem sabe Pedro Almodóvar também se interesse por ela. Cinema? Ah é, esse filme o Jalesense não vai poder assistir.

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